domingo, 9 de outubro de 2011

Para entender o NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Seguem algumas dicas sobre o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa:

O ALFABETO

Antes:
O alfabeto português constava de 23 letras, a saber: a, b, c , d, e , f, g , h, i , j , l , m , n , o , p, q, r , s, t, u , v , x, z.
As letras K, W e Y eram usadas apenas em casos especiais, pois não faziam parte oficialmente do abecedário vernáculo. Eram utilizadas, por exemplo, em abreviaturas e símbolos, tais como: K = potássio, kg = quilograma, Kcal = grande-caloria, km = quilômetro, W.C. = water closet, yd (yard) = jarda etc.; em palavras estrangeiras que não haviam sido aportuguesadas: balck-out, know-how, kaiser etc.; em nomes próprios estrangeiros e seus derivados: Kafka, kafkiano, Darwin, darwinismo, Byron, byroniano, Shakespeare, shakespeareano, Wesley, wesleyanismo etc.

Agora:O alfabeto português conta de 26 letras, a saber:
a, b, c , d, e , f, g , h, i , j , k, l , m , n , o , p, q, r , s t, u , v , w, x, y, z.
As letras K, W e Y foram reintroduzidas, sendo agora, pelo Novo Acordo Ortográfico, parte oficial do nosso alfabeto.

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TREMA

Antes:
Se o u dos grupos gu e qu fosse pronunciado e, se depois dele aparecesse as letras e e i, então o trema (¨) seria obrigatório. Por exemplo: agüentar, argüir, conseqüência, eloqüência, lingüiça, lingüístico, pingüim, sangüinário, seqüestro, ungüento etc.
Agora:
Os grupos gue, gui; que, qui não mais necessitam de trema. Portanto, grafa-se: : aguentar, arguir, consequência, eloquência, linguiça, linguístico, pinguim, sanguinário, sequestro, unguento etc. (Todos sem o sinalzinho ¨ ).

Atenção!
Em palavras estrangeiras, cuja grafia original comporta o trema, ele ainda continua sendo usado. Por exemplo: Jürgen, Müller, mülleriano etc.

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ACENTUAÇÃO

Antes:
Os ditongos ÉI, ÉU e ÓI exigiam obrigatoriamente o acento agudo. Por exemplo: alcatéia, andróide, bóia, boléia, colméia, estréia, européia, geléia, idéia, jibóia, jóia, odisséia, platéia etc.

Agora:
O acento agudo nos ditongos não se faz mais necessário. Portanto, grafa-se corretamente: alcateia, androide, boia, boleia, colmeia, estreia, europeia, geleia, ideia, jiboia, joia, odisseia, plateia etc. (Todas sem o acento agudo).

Atenção!
Permanecem acentuadas as palavras oxítonas terminadas em ÉIS, ÉU, ÉUS, ÓI, ÓIS. Por exemplo: papéis, troféus, chapéu, herói etc.

Antes
:As vogais tônicas i e u das paroxítonas eram obrigatoriamente acentuadas, tais como: baiúca, Bocaiúva, feiúra etc.

Agora:
Não mais é necessário o acento agudo dessas vogais. Portanto, grafa-se: baiuca, Bocaiuva, feiura etc.
Atenção!
O acento agudo é mantido nas oxítonas quando i e u são precedidos de vogal ou ditongo, mesmo se seguidos de s. Por exemplo: Baús, Itaú, Piauí etc.

Antes:
Eram acentuadas os plurais das formas verbais crê, dê, lê, vê (e derivados). Por exemplo: crêem, dêem, lêem, descrêem, desdêem, relêem, vêem etc.

Agora:
As forma verbais dos verbos crer, dar, ler, ver (e seus derivados) não mais necessitam de acentos. Portanto, grafa-se de maneira correta: creem, deem, leem, descreem, desdeem, releem, veem etc.

Antes:
Os hiatos ôo, constituídos, na sua maior parte, de formas dos verbos terminados em ear (abençoar, magoar, voar etc.) recebiam acento. Por exemplo: abençôo, magôo, vôo etc.

Agora:
Os hiatos em oo não mais necessitam de acento. Portanto, grafa-se corretamente: abençoo, magoo, voo etc.

Antes:
Recebiam acento as formas verbais oxítonas, tais como gúe, gúem, qúe etc. Por exemplo: apazigúe (de apaziguar), argúi (de argüir), obliqúe (de obliquar) etc.

Agora:
Cai no acento nessas formas verbais, estando corretas as seguintes grafias: apazigue, argui, obliqúe etc.

Antes:
Algumas palavras recebiam acento excepcional, para que fossem diferenciadas, na escrita, de suas homônimas, tais como: por (verbo) e pôr (preposição), pára (forma do verbo parar) e para (preposição), côas, côa (formas do presente do indicativo do verbo coar) e côas, côa (preposição com + artigo a e as).

Agora:
Cai o acento diferencial de tais palavras: por, para, coas, coa etc. (todas sem o acento, seja qual for o caso).

Atenção!
Permanece acentuada a 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder, para diferenciá-lo da 3ª pessoa do singular do presente do indicativo. Exemplo: Antes ele não pôde provar nada, mas agora ele pode provar tudo.

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HÍFEN
Com a aprovação do Novo Acordo Ortográfico, passa a valer as seguintes regras para o uso do hífen, entre outras:

1. Emprega-se o hífen antes de palavras iniciadas por h. Por exemplo: anti-herói, mini-hotel, super-homem, sub-humano etc.

2. Dispensa-se o hífen quando o segundo elemento inicia-se com r ou s, duplicando-se as consoantes. Por exemplo: antirreligioso, antissemita, contrarregra etc.

3. Permanece o uso do hífen quando os prefixos finalizam com r: hiper-requintado, inter-resistente, super-rico etc.

4. Não se emprega mais o hífen quando o prefixo termina em vogal, e o segundo elemento inicia-se com vogal distinta. Por exemplo: extraescolar, autoestrada, autoaprendizagem, antiaéreo, hidroelétrica etc.

5. Emprega-se o hífen quando o prefixo termina em vogal igual à que se inicia o segundo elemento. Por exemplo: contra-almirante, supra-auricular, auto-observação, micro-onda etc.

É isso!

2 comentários:

  1. Há três casos em que o acento diferencial é facultativo, seu uso é contextual por coerência:

    fôrma (molde, recipiente) para diferenciar de forma (formato, feitio) ou forma conjugada do verbo formar na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo ou 2ª pessoa do singular do imperativo afirmativo

    dêmos (1ª pessoa do plural do presente do subjuntivo) para diferenciar de demos (1ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo).

    amámos, falámos, louvámos (1ª pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo) para diferenciar de amamos, falamos, louvamos (1ª pessoa do plural do presente do indicativo) (mais usado em Portugal que no Brasil).

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    1. No primeiro par, é recomendável acentuar o substantivo quando houver ambiguidade.

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